A visita de Eduardo Bolsonaro a Israel ganhou repercussão mundial depois que ele deixou um bilhete no Muro das Lamentações pedindo a libertação de Jair Bolsonaro. A viagem, que inicialmente parecia uma agenda comum no exterior, tomou outro rumo quando o deputado decidiu transformar o momento religioso em um ato público de apoio ao pai. Ele escreveu a mensagem em português e inglês e colocou o papel entre as pedras antigas, seguindo o costume do local, mas adicionando um tom claramente político ao gesto.
O Muro das Lamentações é um dos espaços mais importantes da fé judaica. Milhares de pessoas de várias partes do mundo passam por lá todos os dias para orar, agradecer ou deixar pedidos pessoais. Mas, desta vez, o que chamou atenção foi o teor do bilhete de Eduardo. Em vez de uma oração tradicional, ele fez um apelo pela soltura do ex-presidente. A cena foi filmada por sua equipe, divulgada na internet e rapidamente se espalhou pelas redes sociais, provocando debates e interpretações distintas.
Entre os apoiadores da família Bolsonaro, o ato foi considerado uma forma legítima de buscar ajuda espiritual e demonstrar fidelidade ao pai. Muitos enxergaram a atitude como exemplo de fé e coragem, especialmente por ter sido feita em um lugar considerado sagrado. Para esse grupo, o deputado quis mostrar que a situação de Jair Bolsonaro ultrapassa a política e se tornou uma batalha moral e espiritual.
Do outro lado, críticos apontaram que Eduardo exagerou ao transformar um local religioso em palco de manifestação política. Para esse público, misturar um monumento sagrado com conflitos internos do Brasil é inadequado e cria um clima de instrumentalização da fé para fins eleitorais ou pessoais. Alguns viram o gesto como provocação, outros como tentativa de criar um espetáculo para manter a pauta viva na mídia internacional.
A viagem também teve uma dimensão diplomática. Além da visita ao muro, Eduardo se reuniu com autoridades israelenses, reforçando laços já conhecidos entre o grupo político que apoia seu pai e setores conservadores em Israel. Essa aproximação não é nova, mas o contexto atual torna cada gesto ainda mais observado, porque Jair Bolsonaro enfrenta investigações e questionamentos que podem impactar seu futuro político.
O vídeo divulgado mostra Eduardo concentrado ao inserir o bilhete nas frestas do muro, como fazem peregrinos e religiosos há séculos. Porém, o impacto foi muito além do simbolismo tradicional: o gesto virou combustível para debates no Brasil, reacendendo tensões entre esquerda e direita. A oposição acusou o deputado de usar a fé alheia para fins políticos, enquanto seus apoiadores reforçaram que ele apenas exerceu sua liberdade pessoal e religiosa.
O episódio revela como a família Bolsonaro utiliza elementos simbólicos para manter seus temas no centro das atenções. A escolha do Muro das Lamentações — um dos cenários mais emblemáticos do mundo — ampliou ainda mais esse efeito. O gesto foi pensado para repercutir, provocar e marcar posição, e cumpriu exatamente esse propósito.
No fim, o pedido feito por Eduardo em Israel funciona como mais um capítulo da disputa narrativa em torno de Jair Bolsonaro. A discussão gerada mostra que, mesmo longe do Brasil, a família continua procurando maneiras de manter seu nome em evidência, usando símbolos fortes, ambientes estratégicos e mensagens que mobilizam tanto seguidores quanto críticos.
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