A fala caiu mal entre os filhos do ex-presidente. Flávio Bolsonaro foi o primeiro a reagir. Ele afirmou que Michelle agiu passando por cima do pai, criando um clima de constrangimento dentro do próprio grupo político. Disse ainda que o comentário dela soou autoritário, especialmente por atingir André Fernandes, deputado cearense que conduz as movimentações no estado e que, segundo ele, atua em sintonia com Jair Bolsonaro.
Carlos Bolsonaro também entrou na discussão. Nas redes sociais, endossou o irmão e reforçou que qualquer decisão política deveria respeitar a liderança do pai. Para ele, críticas públicas só atrapalham o alinhamento interno, ainda mais em um momento em que a direita tenta se reorganizar para as próximas eleições. Carlos citou que pessoas externas ao núcleo familiar não deveriam interferir a ponto de gerar atritos.
Eduardo Bolsonaro completou o trio. Para ele, Michelle foi dura sem necessidade e acabou atacando injustamente Fernandes, que estaria apenas seguindo orientações da liderança maior. Eduardo destacou que a escolha tática de alianças faz parte do jogo político e não deveria ser interpretada como traição ideológica. A união dos três irmãos contra Michelle deixou claro que havia um desconforto mais profundo, não apenas sobre o episódio em si.
O caso expôs um racha público. A disputa não é só familiar: envolve o posicionamento do PL para a disputa eleitoral de 2026. Uma parte do grupo aceita alianças mais amplas para enfrentar o PT; outra prefere manter a identificação mais rígida com a direita ideológica. Michelle se colocou firmemente no segundo grupo, alegando coerência e fidelidade ao legado de Jair Bolsonaro.
Com a repercussão negativa, o PL convocou uma reunião de emergência para tentar conter o desgaste. A cúpula do partido teme que atritos internos prejudiquem a imagem de unidade da direita e enfraqueçam estratégias nacionais. O episódio gerou preocupação porque a família Bolsonaro é peça central na articulação política do campo conservador.
Diante da pressão, Michelle divulgou uma nota. Ela disse respeitar os enteados, mas reafirmou que tem o direito de discordar. Pediu perdão pelo incômodo causado, explicou que não pretendia gerar conflito e insistiu que sua crítica foi motivada apenas por convicção política. Segundo ela, apoiar Ciro seria desonrar alguém que atacou seu marido repetidas vezes.
A situação esfriou um pouco após a nota, mas o estrago já estava feito: ficou evidente um atrito raro entre Michelle e os filhos mais velhos do ex-presidente. O caso expôs divergências internas sobre estratégia eleitoral, comunicação e limites de atuação dentro da própria família. Mesmo com as tentativas de apaziguar, o episódio mostrou que a disputa por influência no entorno de Jair Bolsonaro continua ativa — e agora está mais visível do que nunca.
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