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O Universal Platônico versus o Concreto Aristotélico


O universalismo platônico, o senso universal (de ser vertical) que eleva cada homem e que nasce da ideia de sua particularidade una, reafirma, na condição de superpotência transcendente, a unicidade espiritual do indivíduo e sua autonomia política, enquanto supera a experiência superficial das sensações COMUNS e se opõe antagônica e paradoxalmente ao COMUNISMO (o absolutismo impessoal coletivista). 

Toda a ordem política surge do indivíduo para a comunidade, a qual serve àquele. 

O sectarismo aristotélico, que constata a unidade transcendente inteiramente presente no mundo concreto, é uma percepção exata que conclui a perfeição (o senso) material da eternidade, mas, ao mesmo tempo, é limitada e insuficiente, na medida em que, se não tomada devidamente como é, isto é, como uma experiência parcial de imersão (uma porta de entrada) para a realidade perfeita, encerra perigosamente o homem nas sensações imediatas (que são meros sinais ao intelecto) e interrompe a expansão da consciência humana obstando as sólidas e vivas abstrações. Descambam para o cientificismo e, em termos políticos, para o coletivismo comunista e às rupturas revolucionarias. 

A filosofia natural de Aristóteles vivenciada de forma exata tende a deslocar acidentalmente a ciência do seu centro filosófico e cegá-la, na medida em que desloca o homem de seu centro existencial, enfraquecendo a sua unicidade que está assentada no reduto sagrado, a saber, a sua íntima sustância. 

Pode, pois, afastar o homem da vida contemplativa e da meditação acerca do estado de virtualidade (de possibilidades) presente, do ideal que nos move adiante conforme se aperceberam Platão e Santo Agostinho. 

Claro que não são cria do gênio de Aristóteles essas teses políticas pervertidas (totalitárias) da modernidade, que partem da ideia de um mundo que de tão objetivo é meramente bioquímico, pueril e perecível; entretanto elas emergiram de distorções sobre esse realismo aristotélico feitas pelos intelectuais inimigos (hereges): distorções as quais sucederam em razão de certa (e sutil) limitação do grande filósofo sobre a percepção do elemento de mistério presente na estrutura da realidade e que só consegue ser amplamente acessado pelo imaginário — antes de ser iluminado pela consciência e de ser validado pela razão. 

As frações e os detalhes da experiência concreta direta, quando foram hiperfocalizados por Aristóteles e São Tomás de Aquino, acabaram cortando a ligação entre os entes (e o ser) com o todo do universo divino, ao ponto de se ter um ente solto — um ser (humano) perdido (existencialmente). 

O corpo humano poder-se-ia nesse ato aristotélico extremo identificar-se tamanho à matéria que se chocaria fortemente com ele até quebrantar-se, apartar-se da alma e deixá-la ressecar no extremo e ermo instante, de modo que ela, a alma, ao invés de absorver o objeto seria absorvida por ele, e ao invés de absorver a circunstância (no sentido de Ortega y Gasset) seria absorvida por ela. 

Nossa vida transcendente é uma eternidade material e concreta, movida por um ideal perfeito desejável, a ser apreendido e apropriado, mas jamais (inteiramente) possuído (dominado). 

Obviamente a ideia da concretude aristotélica (tomista) é expressão legítima sobre o que significa a pedra de sustento da nossa pessoa, que é a vida presente, que por sua vez, em sintonia com a abstração platônica (agostiniana), completa o seu propósito. 

Entra as duas cosmovisões, aristotélica e platônica, há ligeira soberania da segunda sobre a primeira por conta de sua ênfase na unidade absoluta e ideal, a perfeição que, buscada aqui, há de ser alcançada ali — no mundo que há de vir. 

O ideal de perfeito futuro de Platão não se confunde em absoluto com o futuro hipotético (impossível) revolucionário do marxismo, por exemplo; o marxismo desenha um futuro inatingível e falso, renega a realidade presente e os valores (sobre-humanos) e as regras (éticas) que fundam e estruturam a realidade humana. 

Platão e Santo Agostinho asseveram que o fato de se estar presente é o início da perfeição, mas ainda um fato incompleto; e que essa expectativa de conhecer e desfrutar o sumo bem é o que justifica a ação do homem agora e para sempre. 

Obs.: Platão diferenciava esquematicamente a alma do corpo para ressaltar a primeira como condutora e a segunda como a condução, sempre prezando pela UNIDADE.


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