O modelo nacional-desenvolvimentista buscou o desenvolvimento das regiões através da industrialização.
Era delimitada certa área, onde se desejava que houvesse crescimento e
desenvolvimento econômico, implantando indústrias e gerando assim, emprego para
a população. Na teoria era um ótimo plano, porém na prática a coisa funcionava
um pouco diferente.
Nesse
modelo, a população que não era dotada de qualificação apenas migrava da
zona rural para ocupar cargos de pouca qualificação nas indústrias, enquanto os
cargos que necessitavam de certo grau de qualidade do trabalhador eram ocupados
por pessoas de fora da região. Dessa forma, a renda estava apenas
concentrando-se nas mãos das pessoas de elevada qualificação e que não eram
residentes da região onde se estava querendo desenvolver.
A
concentração de renda é apenas um dos inúmeros problemas causados pelo modelo e
que já foram citados neste blog. Mas, além disso, boa parte das empresas que
migraram, através de incentivos fiscais, para regiões a serem desenvolvidas,
voltaram a seus locais de origem ao término do prazo dos incentivos que as levaram para lá, pois não foi o mercado quem determinou que elas fossem para
aquele local, através da lei da oferta e demanda, ou seja, elas estavam sendo “forçadas”
a ir para um lugar para o qual não deveriam ir.
Alguém
pode afirmar que esse modelo levou a uma melhora de algumas regiões, e eu aqui
não estou negando isso, porém será que essa melhora foi assim tão significativa
para a população nativa? Será que, se o país tivesse adotado outro modelo, as
regiões não teriam evoluído de forma mais sustentável? Talvez sejam respostas que
nunca poderemos responder, porque a decisão do modelo foi adotada e não temos
como voltar atrás para decidir utilizar outro modelo.
Porém, podemos
nos comparar a outros países, e o melhor exemplo para citar nesse caso é o da
Coréia do Sul, que nos anos 60 possuía a metade do PIB per capita em comparação
com o do Brasil, por volta dos anos 80 chegou a nos igualar, hoje em dia o PIB
per capita da Coréia do Sul já passa dos 30 mil dólares, enquanto o do Brasil
está pouco acima dos 10 mil dólares. Nos anos 60 tínhamos mais ou menos a mesma
taxa de analfabetismo que eles, hoje em dia temos aproximadamente 13% e eles, 0%. Claro que temos consciência de que estamos falando de países distantes, com
crenças, culturas e populações distintas, mas o que levou a Coréia do Sul a
chegar a uma melhora significativa? Eles adotaram um modelo diferente do
adotado pelo Brasil e investiram em educação, buscaram qualificar a mão de obra
de seu trabalhador, ao invés de simplesmente construir indústrias ao lado
deles.
Portanto, chegamos ao consenso que o Brasil deixou o capital humano de lado, não investiu
em educação básica, não qualificou a mão de obra de seus trabalhadores e hoje
os dados mostram que as decisões adotadas não foram das melhores. Então, por que
continuar apostando no mesmo erro? Quando vamos entender que devemos investir
primeiramente em pessoas? Por que não aprendemos com nossos próprios erros? Será
que se deixássemos que o mercado fosse guiando o destino das empresas, as
regiões não se desenvolveriam de forma mais sustentável?
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