BRASIL: PF INTIMA DEPUTADO QUE CHAMOU LULA DE LADRÃO

Uma análise do debate da TV Master (segundo turno)


O debate ocorrido na TV Master na última segunda-feira (23) contou com a reafirmação das respectivas estratégias dos candidatos, com novidades pontuais que parecem ter surpreendido a ambos. Ademais, o que mais se viu foram confrontações acaloradas e discussões sobre o passado e o futuro da cidade.

Nilvan Ferreira (MDB), como já vinha fazendo, esmiuçou fatos pertinentes à vida pública de seu oponente, dessa vez também discorrendo sobre a atuação dele no senado, não apenas como prefeito da capital paraibana. A ideia que Nilvan visou passar foi a de que Cícero Lucena (Progressistas) acumulou anos de uma falsa experiência, vazia e sem muitos feitos positivos relevantes, além de ter conquistado regalias vitalícias e acumulado gargalos em sua gestão como prefeito. Já no quesito das propostas quis reforçar a pecha de ultrapassado em Cícero, enquanto se apresentou, novamente, como novo, moderno e técnico.

Cícero explorou mais as acusações às quais seu adversário responde, algo que não vinha fazendo, talvez para não aprofundar uma discussão que também não seria eleitoralmente positiva para ele mesmo. Fez do caso no qual Nilvan é investigado, envolvendo sua loja de vestuário, uma "experiência única e indesejada como gestor" para João Pessoa e quis apontar desconhecimento dele sobre os assuntos pertinentes à prática da gestão pública, inclusive ao responder críticas que sofria pelo seu longo histórico como político. Primou por perguntas detalhistas sobre as propostas do oponente, como estratégia ofensiva, a fim de levá-lo a hesitar nas respostas e demonstrar despreparo, e por insinuações sobre supostos casos de corrupção no setor privado como estratégia defensiva e de contra-ataque.

O debate, na maior parte do tempo, se traduziu em embates onde Nilvan tomava postura crítica e Cícero, defensiva, a respeito de assuntos como "alianças obscuras", "passado inoperante como político", "regalias imorais" e "gargalos inexplicáveis". O candidato do MDB levou inclusive uma novidade retórica, dessa vez, acertada, ao debate: perguntou se seu oponente daria a chave da prefeitura a alguém que foi preso por corrupção. Isso foi uma tática perspicaz, pois levaria Cícero a admitir que foi preso por corrupção ao se defender e a deixar a indagação sem uma resposta objetiva. Apesar de já ter sido absolvido no processo que o levou à prisão em 2005, a sonoridade eleitoral negativa de tal situação frente à discreta amenização da absolvição judiciária, que no imaginário popular nem sempre é suficiente, já que ausência de evidência não é evidência de ausência (de crime), pesa muito mais contra Cícero. O mesmo ocorre com os famosos, e de repetitiva menção, gargalos de sua gestão na prefeitura.


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