2021


Preciso iniciar este artigo analisando primeiro o que ocorreu em 2020 e, depois, projetar as principais oportunidades e ameaças para o ano de 2021. Primeiramente vale destacar que é praticamente impossível termos no ano de 2021 um desempenho tão ruim na economia quanto em 2020, afinal de contas enfrentamos a maior crise da história mundial. Por outro lado, nunca os governos internacionais e nunca as empresas reagiram de forma tão rápida no enfrentamento da crise, isso sem dúvidas é reflexo dos aprendizados, principalmente com a crise de 2008, quando, por exemplo, os Estados Unidos tiveram que socorrer o sistema financeiro e as empresas, para que a economia mundial não quebrasse. Claro que devemos levar em conta que as origens de ambas as crises foram totalmente diferentes. Em 2008 a crise iniciou no sistema financeiro americano e rapidamente contaminou todo o sistema financeiro mundial. Desta vez, uma crise provocada por um vírus que surgiu na China, e que rapidamente se espalhou de forma assustadora por todo o mundo, exigindo dos governos dos vários países medidas duras de isolamento social, e uma corrida marcante na história da ciência para conseguir produzir uma vacina contra o Covid-19. 

Algumas medidas do governo brasileiro foram fundamentais para minimizar os efeitos desta crise. Destaco aqui a flexibilização das leis trabalhistas, que permitiram que as empresas reduzissem seus custos com pessoal sem a necessidade de demitir pessoas, e o auxílio emergencial, que injetou cerca de R$ 140.000.000.000 (cento e quarenta bilhões de reais) na economia brasileira. E o mais importante: tudo isso aconteceu sem nenhuma grande invenção tecnológica, mas por uma mudança cultural da sociedade. Nenhum dos aplicativos que passaram a fazer parte do nosso dia a dia foi inventado agora. Ifood, Zoom, WhatsApp e todos os demais que passaram a fazer parte da nossa rotina já existem há muito tempo. 

Quando falamos mais especificamente sobre economia, a surpresa positiva, na minha opinião, é a taxa Selic a 2% ao ano. Isto faz com que o comportamento da economia no país mude por completo. Se fizermos uma comparação: há pouquíssimo tempo, a taxa Selic no país era de 14% ao ano; agora analisem comigo quantas empresas no país ao final de um ano geravam um lucro líquido acima de 14%? Poucas empresas. Isso sem falar que, devido aos riscos que uma empresa corre, como, por exemplo, o de ações trabalhistas, existe uma regra no mercado de que para uma empresa valer a pena, ela deve ter um resultado que seja 2 vezes o valor da Selic, ou seja, 28% de lucro. Exceto o sistema bancário, poucas empresas conseguiam entregar este resultado, então, neste caso, o investidor preferia manter seu dinheiro aplicado no governo. Agora, se utilizarmos estes mesmos parâmetros que usei acima e trouxermos para o cenário de uma taxa Selic de 2% ao ano, vale muito mais a pena para o investidor abrir uma empresa, por exemplo, do que manter seu dinheiro aplicado 

O financiamento imobiliário cresceu, neste ano, 39,8% e a bolsa de valores está acima dos 110.000 pontos. Provavelmente, em março ou abril de 2020, era impossível pensar em números como esses. 

Mas alguns indicadores econômicos nos chamam a atenção e geram certo cuidado para o ano de 2021. O IGPM já cresceu 24,3% este ano, impactado principalmente pela alta do dólar e pela falta de insumos para a produção, e aqui se aplica a lógica da economia de que quando a demanda é maior do que a oferta os preços sobem. O grande problema é se em algum momento esta alta no IGPM começar a ser transferida para o IPCA, que este ano está acumulado em 3,1%, porque aí poderemos ter um cenário de elevada inflação, e num cenário acometido por tal fator um dos principais meios utilizados pelo Banco Central para corrigir este problema é o aumento da taxa Selic.

Entre notícias boas e noticias que geram certa apreensão no mercado, será de extrema importância neste ano a articulação política do governo Bolsonaro, para que haja finalmente as privatizações que foram prometidas, que uma boa reforma administrativa seja aprovada no Congresso, e também a reforma tributária, porque o país precisa inverter a tendência de crescimento de sua dívida publica, que neste ano deve atingir o equivalente a 90% do PIB brasileiro.

Shalom.


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