Economia: entenda a reação do mercado às interferências em estatais estratégicas

Após troca do presidente da Petrobras, o mercado vem esperando algum tipo de comentário do ministro da Economia, Paulo Guedes, que permanece em silêncio. Recentemente, o general Joaquim Silva e Luna foi indicado para assumir a presidência da Petrobras, no lugar de Roberto Castello Branco. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro fez declarações indicando possíveis interferências nas tarifas de energia. Tal clima abalou o mercado, que ficou incomodado principalmente com o silêncio de Paulo Guedes.

“Se [Bolsonaro] não estava sendo liberal, pelo menos não estava sendo populista. Mas agora inverteu a mão. Guedes não deu nenhum tipo de declaração, não tentou apaziguar os ânimos. Fica difícil cravar quando isso pode acabar”, diz Luis Sale, estrategista-chefe da Guide Investimentos.

“Bolsonaro soltou falas bem provocativas e o silêncio de Guedes acaba incomodando bastante. Esse viés completamente populista dá margem para medidas parecidas com o governo Dilma, de até segurar tarifa de energia”, afirma João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos.

“Uma intervenção no mercado de petróleo, por exemplo, desorganiza todo o setor de açúcar e álcool. Isso tem repercussões no emprego e na inflação”, aponta Eduardo Cavalheiro, gestor da Rio Verde Investimento.

Até o momento desta matéria, a Petrobras registra perda de cerca de R$65 bilhões em valor de mercado.

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