BRASIL: SERVIDORES DO IBGE PEDEM “SOCORRO” AO CONGRESSO

Os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram uma carta aberta solicitando uma intervenção urgente do Congresso Nacional para proteger a autonomia técnico-científica da instituição. O apelo surge em meio a preocupações relacionadas à criação de uma fundação de direito privado, apelidada de "IBGE paralelo", que, segundo os funcionários, coloca em risco a integridade do órgão responsável por fornecer dados essenciais para a formulação de políticas públicas no Brasil.

Confira detalhes no vídeo:

De acordo com o documento publicado pelos servidores, a fundação em questão estaria sendo estruturada com atribuições que sobrepõem ou enfraquecem o papel institucional do IBGE, ameaçando sua independência e confiabilidade. O instituto, conhecido por sua longa trajetória de produção de informações estatísticas e demográficas, desempenha um papel estratégico na organização e no planejamento do país. Os dados fornecidos pelo órgão são amplamente utilizados para a formulação de políticas públicas, pesquisa acadêmica, planejamento urbano, além de servir de base para decisões governamentais em diversas áreas.

A carta alerta que a criação de um “IBGE paralelo” pode trazer consequências negativas para a qualidade e a credibilidade dos dados produzidos. Os servidores destacam que o instituto segue padrões rigorosos de coleta, análise e divulgação de informações, ancorados em princípios técnico-científicos. Qualquer interferência externa ou tentativa de deslegitimar o trabalho do órgão, segundo eles, pode comprometer a confiança do público nas estatísticas oficiais.

A preocupação dos servidores também se volta para a possibilidade de que essa nova estrutura privada possa atuar em desacordo com os objetivos e valores do IBGE, favorecendo interesses particulares ou políticos em detrimento do interesse público. A criação dessa fundação, de acordo com o documento, seria um desvio de função que ameaça a missão primordial da instituição, comprometendo a neutralidade que sempre foi um dos pilares do instituto.

Os funcionários ainda reforçam que o IBGE já enfrenta desafios significativos, como cortes orçamentários, falta de recursos humanos e pressão para atender demandas crescentes de dados em um país com dimensões continentais. Nesse contexto, eles pedem que o Congresso Nacional tome medidas para evitar que a criação de uma fundação de direito privado prejudique ainda mais a atuação do órgão.

No Congresso, o tema começa a ganhar atenção, com parlamentares avaliando os impactos que a criação de uma fundação paralela pode trazer para a governança estatística do país. Enquanto isso, especialistas em gestão pública e organizações da sociedade civil também têm se manifestado em defesa do IBGE, ressaltando a importância de preservar a autonomia técnico-científica da instituição como um pilar essencial da democracia e da transparência no Brasil.

O futuro do IBGE, diante desse cenário, dependerá das ações do Legislativo e da mobilização de setores da sociedade que reconhecem a relevância do órgão. Os próximos passos serão cruciais para definir se o instituto manterá sua independência ou se enfrentará mudanças que podem impactar sua credibilidade e capacidade de atuação.

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