Em um depoimento revelador, o ex-ajudante de ordens da Presidência da República durante o governo de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, detalhou uma suposta trama de monitoramento contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Durante um interrogatório realizado por Moraes em novembro de 2024, Cid afirmou que um juiz do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atuava como informante sobre o paradeiro de Moraes, quando o ministro era alvo de vigilância por parte do governo de Bolsonaro.
Confira detalhes no vídeo:
No depoimento, Cid descreveu que o juiz, cuja identidade não foi revelada nos autos, repassava informações sobre o local de Moraes a Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro. Apesar de o nome do magistrado não ter sido divulgado, Moraes indicou que ele já havia sido identificado pelas investigações. O relato de Cid é mais uma peça no quebra-cabeça da investigação que visa apurar as ações e articulações de grupos ligados ao governo Bolsonaro após a eleição de 2022.
O monitoramento de Alexandre de Moraes começou no final de 2022, período em que o ministro exercia a presidência do TSE. Segundo o depoimento de Mauro Cid, a ordem para que o ministro fosse vigiado partiu diretamente de Bolsonaro, que, de acordo com Cid, estava preocupado com o paradeiro de Moraes. Esse episódio faz parte de uma série de supostas ações articuladas por membros do governo Bolsonaro, que teriam como objetivo minar a autoridade de Moraes e do próprio TSE, à medida que o processo eleitoral se desenrolava.
De acordo com Cid, no dia 16 de dezembro de 2022, a situação se intensificou quando o então presidente Bolsonaro soube que Alexandre de Moraes se encontrava em São Paulo, em uma reunião com o então vice-presidente Hamilton Mourão. A revelação de que o ministro estava fora do Rio de Janeiro, onde se encontrava a presidência, gerou inquietação em Bolsonaro. Cid foi encarregado de repassar essa informação a Marcelo Câmara, que, por sua vez, teria obtido detalhes sobre a localização de Moraes através do juiz do TSE e transmitido a situação ao presidente.
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