O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), manifestou forte oposição às declarações recentes do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Durante uma sessão solene realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta sexta-feira (21), Derrite classificou como absurda a fala do ministro sobre a atuação das forças policiais.
Confira detalhes no vídeo:
Lewandowski afirmou, em uma reunião em Brasília com representantes do setor empresarial, que muitas prisões realizadas pela polícia são mal feitas, o que leva o Judiciário a libertar os detidos. A declaração foi feita enquanto o ministro defendia a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, uma medida em discussão para reformular o setor.
O posicionamento do ministro gerou reações imediatas entre lideranças da segurança pública, especialmente em São Paulo. No evento realizado na Alesp, que homenageou agentes de segurança eleitos para cargos políticos, Derrite fez críticas contundentes. Ele argumentou que as palavras de Lewandowski desconsideram a realidade enfrentada pelas forças policiais no combate à criminalidade.
O secretário também usou sua fala para questionar a escolha de Lewandowski para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sem mencionar diretamente o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Derrite sugeriu que a nomeação do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) demonstra desconhecimento sobre as medidas necessárias para enfrentar o crime organizado no Brasil.
Além da troca de críticas entre autoridades, a segurança pública segue no centro do debate político. Derrite, que é filiado ao PL, aproveitou a ocasião para anunciar a realização de um seminário sobre o tema na próxima semana. O evento será promovido pela Fundação Milton Campos, entidade vinculada ao Partido Progressista (PP), e contará com especialistas para discutir propostas de combate à criminalidade no país.
As divergências entre o governo federal e a administração estadual de São Paulo em relação à segurança pública têm sido frequentes. O debate sobre a eficiência das prisões e o papel do Judiciário na soltura de detentos reflete uma disputa maior sobre estratégias e responsabilidades no combate à violência. Enquanto o Ministério da Justiça defende a necessidade de mudanças estruturais e melhores práticas investigativas, setores da segurança pública, como Derrite, reivindicam mais respaldo para a atuação policial e criticam decisões que resultam na liberação de suspeitos.
A polêmica gerada pelas declarações de Lewandowski indica que a segurança pública continuará sendo um tema sensível e politicamente estratégico. A realização do seminário promovido pela Fundação Milton Campos pode intensificar ainda mais as discussões e consolidar posicionamentos divergentes entre as autoridades envolvidas.
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