O governo federal já considera como inevitável a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional para investigar os desvios e irregularidades ocorridos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Diante da pressão crescente por apuração e transparência, a estratégia agora passa a ser influenciar a formação do colegiado, garantindo nomes que possam proteger a atual administração de desgastes políticos e responsabilizações indevidas.
Confira detalhes no vídeo:
A CPMI surge em um momento delicado, em que denúncias e suspeitas de corrupção envolvendo pagamentos de benefícios, fraudes em perícias médicas e concessões irregulares de aposentadorias ganharam repercussão nacional. A oposição articula apoio para investigar a fundo o esquema, o que fez com que o Planalto mudasse de postura: de uma tentativa inicial de barrar a comissão, passou a trabalhar nos bastidores para limitar seus impactos.
A articulação dentro do Congresso envolve, sobretudo, a escolha de parlamentares governistas para os cargos de presidência, relatoria e maioria entre os membros. O objetivo é manter o foco das investigações sobre gestões anteriores, principalmente a do ex-presidente Jair Bolsonaro, e evitar que a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja alvo direto das apurações.
Nesse contexto, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, tem se posicionado a favor da instalação da CPMI, mas com o discurso de que as raízes da atual crise remontam ao governo anterior. Segundo ele, os problemas estruturais e operacionais enfrentados hoje pelo INSS são fruto de um processo de desmonte promovido nos últimos anos, o que teria favorecido o surgimento de irregularidades e descontrole.
O governo aposta, ainda, na narrativa de que desde o início de sua gestão tem adotado medidas para combater desvios e aprimorar a fiscalização sobre os processos internos do INSS. A instalação da CPMI, neste cenário, é vista como uma oportunidade para apresentar esses avanços e transferir a responsabilidade pelos escândalos à administração anterior.
Nos bastidores, líderes governistas também trabalham para impedir que figuras ligadas à oposição mais radical ganhem protagonismo dentro da comissão. A presença de nomes mais moderados e alinhados com o Planalto é considerada fundamental para garantir que a condução dos trabalhos mantenha um viés técnico, sem transformar a comissão em um palco de disputas eleitorais antecipadas.
A criação da CPMI deverá contar com apoio expressivo entre deputados e senadores, uma vez que o tema envolve diretamente milhões de brasileiros que dependem dos serviços prestados pelo INSS. A sociedade cobra respostas rápidas e eficazes, enquanto os parlamentares veem na comissão uma oportunidade de visibilidade e atuação em um tema sensível.
Com a instalação da CPMI praticamente sacramentada, o governo acelera as articulações políticas para garantir o controle da narrativa e minimizar desgastes. A disputa agora está nos bastidores do Congresso, onde cada nome indicado à comissão poderá definir o rumo e a intensidade das investigações sobre os desvios no sistema previdenciário brasileiro.
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Outra CPMI do Circo.
ResponderExcluirOutra CPMI do Circo, como foi a da COVID19.
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