BRASIL: MANIFESTANTES CONTRÁRIOS AO PRESIDENTE DE ESQUERDA RECEBIDO POR LULA SÃO RETIRADOS DO PLANALTO


Na manhã desta sexta-feira, 23 de maio de 2025, um grupo de manifestantes contrários ao governo de João Lourenço, presidente de Angola, foi retirado das imediações do Palácio do Planalto, em Brasília. O protesto ocorreu enquanto Lourenço se reunia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma visita oficial que integra a agenda diplomática entre Brasil e Angola.

Confira detalhes no vídeo:

O grupo, formado por cidadãos angolanos residentes no Brasil e apoiadores da oposição ao atual regime angolano, posicionou-se em frente ao Palácio desde as primeiras horas do dia. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes criticavam o governo do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), legenda de esquerda que está no poder desde a independência do país, em 1975.

A manifestação foi interrompida após a chegada de forças de segurança que, sob o argumento de garantir a ordem e a segurança dos chefes de Estado, conduziram a retirada pacífica do grupo. Não houve registro de confronto físico ou detenções, mas a ação das autoridades gerou debate nas redes sociais sobre liberdade de expressão e a possibilidade de protestos em áreas de segurança nacional.

Apesar do caráter pacífico do ato, os manifestantes apontavam o regime de João Lourenço como autoritário e criticavam a falta de alternância no poder em Angola. A insatisfação popular vem crescendo entre angolanos no exterior, que veem na diplomacia brasileira uma oportunidade para chamar atenção internacional para o que consideram abusos de poder e repressão de vozes dissidentes.

A visita de João Lourenço ao Brasil tem como objetivo fortalecer laços comerciais, diplomáticos e culturais entre os dois países, que compartilham raízes históricas e linguísticas. Angola é considerada uma nação estratégica na África para o Brasil, sobretudo no contexto da política externa do governo Lula, que busca retomar o protagonismo sul-sul e reforçar alianças com países africanos de língua portuguesa.

Do ponto de vista protocolar, o encontro entre os dois líderes transcorreu sem incidentes. A reunião abordou temas como cooperação energética, comércio bilateral, educação e investimentos em infraestrutura. No entanto, a manifestação do lado de fora evidenciou que nem todos compartilham da mesma visão sobre o papel de Angola no cenário internacional.

A retirada dos manifestantes reacende o debate sobre o espaço para a manifestação política no Brasil, especialmente quando se trata de atos envolvendo autoridades estrangeiras. Ainda que o país garanta o direito à livre expressão, há limites operacionais e de segurança que frequentemente colidem com as práticas democráticas, principalmente em ocasiões de visitas diplomáticas sensíveis.

Enquanto o governo brasileiro enfatiza os ganhos estratégicos de sua aproximação com Angola, opositores ao regime angolano esperam que a visibilidade internacional possa pressionar por mudanças internas. A mobilização em Brasília, mesmo breve, foi uma demonstração de que o descontentamento com o governo de João Lourenço ultrapassa fronteiras e encontra eco entre aqueles que buscam uma Angola mais democrática e aberta ao diálogo.

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