O ex-presidente Jair Bolsonaro tornou públicos, por meio das redes sociais, vídeos que havia solicitado apresentar em sua defesa durante o interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), mas que foram vetados pelo ministro Alexandre de Moraes. As imagens reunidas trazem declarações de autoridades políticas de diferentes partidos e momentos históricos, todas em defesa do voto impresso e críticas ao atual sistema eleitoral baseado nas urnas eletrônicas.
Confira detalhes no vídeo:
Entre os vídeos, destacam-se falas do atual ministro do STF, Flávio Dino, feitas em 2010, quando, ainda deputado federal, alegou haver indícios de fraude na eleição para o governo do Maranhão. Em outro momento, Dino, como relator da reforma eleitoral, afirmou que o sistema eletrônico deveria ser aprimorado, sugerindo inclusive que poderia ser manipulado com facilidade, caso não fosse bem fiscalizado.
Carlos Lupi, presidente do PDT, também aparece nas imagens reafirmando uma posição histórica de seu partido, que remonta aos tempos de Leonel Brizola: a defesa do voto impresso como instrumento essencial para garantir a transparência e permitir a recontagem de votos. Lupi afirmou, em diversas ocasiões, que sem a impressão do voto, a possibilidade de fraude é inevitável, pois não haveria forma de auditoria efetiva.
Além desses depoimentos, os vídeos mostram Jair Bolsonaro, ainda como presidente, pedindo a desobstrução de rodovias após as eleições de 2022, reforçando a defesa de manifestações pacíficas e rejeitando confrontos ou ações que desrespeitassem o direito de ir e vir da população. Em outra gravação, o então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, anuncia o início da transição de governo, após autorização de Bolsonaro, como parte do rito democrático.
O conteúdo divulgado por Bolsonaro busca sustentar sua tese de que críticas ao sistema de votação eletrônico não representam, por si só, uma atitude golpista, mas sim uma posição comum no debate político brasileiro ao longo dos anos. Segundo essa lógica, o ex-presidente não teria cometido crime ao levantar suspeitas sobre as urnas eletrônicas, pois outros líderes políticos já o fizeram sem que isso resultasse em sanções.
A publicação dos vídeos ocorre em um momento sensível do processo em que Bolsonaro é julgado, acusado de tentativa de abalar a confiança no sistema eleitoral brasileiro. A defesa alega que o material comprova a ausência de intenção golpista e evidencia uma aparente seletividade por parte do STF em relação às manifestações públicas sobre as urnas.
A repercussão reacende críticas à conduta do Judiciário e aprofunda o debate sobre liberdade de expressão e segurança democrática. Enquanto o Supremo sustenta que determinadas declarações colocam em risco as instituições, apoiadores de Bolsonaro argumentam que há uma perseguição política em curso, evidenciada pela negativa de apresentação de provas que poderiam contextualizar melhor a conduta do ex-presidente.
O embate promete continuar, não apenas nos tribunais, mas também na esfera pública, onde vídeos e narrativas concorrentes disputam espaço na construção da memória política recente do país.
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