Em um gesto marcado pela provocação e pelo tom irônico, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma brincadeira envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta terça-feira, 10 de junho. Durante seu comparecimento ao STF para depor na ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, Bolsonaro sugeriu que Moraes fosse seu vice em uma eventual candidatura presidencial em 2026.
Confira detalhes no vídeo:
O comentário foi feito em tom de deboche, num momento em que o ex-presidente está diante de uma das situações mais delicadas desde que deixou o cargo. Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter liderado articulações golpistas para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo as alguns, Bolsonaro teria utilizado de sua influência política e do cargo que ainda ocupava à época para incentivar atos antidemocráticos e questionar a legitimidade do processo eleitoral.
A presença de Bolsonaro no STF se dá no contexto de um processo criminal que já conta com depoimentos de militares, ex-ministros e aliados próximos. A postura do ex-presidente durante seu depoimento tem sido acompanhada com atenção por observadores políticos e jurídicos, dada a gravidade das acusações e as potenciais implicações legais que o caso pode trazer, inclusive no âmbito eleitoral.
Apesar do tom descontraído e das provocações, o momento não é de leveza para Bolsonaro. Além da ação penal em curso, ele é alvo de outros inquéritos e processos que investigam sua conduta enquanto esteve à frente do Palácio do Planalto. As acusações incluem desde supostas irregularidades na gestão da pandemia até ataques ao sistema eleitoral e incentivo a manifestações que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes, em janeiro de 2023.
Ainda é incerto o impacto que essas declarações e o andamento do processo podem ter sobre as ambições eleitorais de Bolsonaro para 2026. Enquanto parte do seu eleitorado segue fiel, o cerco jurídico pode limitar sua capacidade de disputar novas eleições, caso venha a ser condenado ou declarado inelegível. Mesmo assim, o ex-presidente segue atuando politicamente, com declarações que misturam provocação e cálculo estratégico, numa tentativa de manter-se relevante no cenário nacional.
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