BRASIL: NIKOLAS FERREIRA É IMPEDIDO DE REBATER HADDAD EM COMISSÃO DA CÂMARA


A audiência pública realizada nesta quarta-feira (11) na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados teve mais um desdobramento polêmico envolvendo o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Após deixar a sessão, o parlamentar alegou ter sido impedido de responder a uma fala do ministro e acusou o presidente da comissão, Rogério Correia (PT-MG), de cercear seu direito de fala.

Confira detalhes no vídeo:

Segundo Nikolas, a decisão de interromper sua tentativa de réplica teria sido tomada de forma unilateral, sem explicações claras por parte da presidência da mesa. O deputado afirma que havia solicitado tempo para se manifestar após declarações do ministro, mas foi impedido de prosseguir, apesar de ainda dispor de tempo regimental.

O episódio ocorreu em meio a uma sessão já marcada por tensão entre integrantes do governo e parlamentares da oposição. Haddad havia feito críticas a deputados que, segundo ele, fizeram perguntas e se retiraram da audiência sem ouvir as respostas. Nikolas Ferreira estava entre os parlamentares mencionados, o que motivou sua tentativa de resposta, barrada pelo comando da comissão.

Do lado de fora da comissão, Nikolas expressou insatisfação com o que chamou de “medo da fala” por parte dos governistas. Para ele, a interrupção teria como objetivo evitar a divulgação de sua declaração em redes sociais e plataformas de vídeo, espaços nos quais o deputado tem forte presença e grande alcance. Segundo ele, a reação foi uma forma de censura prévia, motivada por receio do impacto político que sua fala poderia causar.

A declaração do parlamentar gerou reações imediatas tanto entre aliados quanto entre adversários. A base do governo minimizou o episódio, alegando que o tempo de fala é regulado pelo regimento interno da Câmara e que a condução dos trabalhos foi feita dentro das normas. Já parlamentares da oposição reforçaram o discurso de Nikolas, apontando suposta parcialidade do presidente da comissão ao negar espaço para o contraditório.

O impasse reforça o clima de polarização que tem dominado o ambiente legislativo, especialmente nas comissões temáticas. Sessões que deveriam ser voltadas à análise de propostas e esclarecimentos técnicos frequentemente se transformam em arenas políticas, com embates verbais e disputas ideológicas tomando o lugar de debates construtivos.

A postura de Nikolas após o encerramento da audiência também sinaliza que o episódio pode se estender para além da comissão. Há expectativa de que o parlamentar utilize suas redes sociais para ampliar a repercussão do caso, o que pode gerar novos atritos entre oposição e governo. Além disso, o tema deve voltar a ser discutido nas próximas sessões, com pedidos de esclarecimento e possíveis requerimentos formais à Mesa Diretora.

O caso evidencia a crescente dificuldade em manter o foco técnico em ambientes parlamentares cada vez mais dominados por disputas políticas. Em meio a uma agenda econômica complexa, episódios como esse dificultam o avanço de propostas e desgastam o processo legislativo.

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