O Ministério da Igualdade Racial anunciou, durante os preparativos para a COP 30, o lançamento do edital “Mãe Beata de Iemanjá contra o Racismo Ambiental”. A iniciativa vai premiar com R$ 15 mil projetos e ações desenvolvidas por comunidades tradicionais de matriz africana, especialmente terreiros, que promovam justiça ambiental. O objetivo do programa é reconhecer e incentivar práticas sustentáveis conduzidas por esses grupos, muitas vezes negligenciados em políticas públicas.
Confira detalhes no vídeo:
O lançamento contou com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e da primeira-dama Janja da Silva. O edital foi apresentado como uma ação de enfrentamento ao que o governo define como “racismo ambiental” — conceito que associa desigualdades étnico-raciais a impactos ambientais desproporcionais sobre determinadas comunidades.
No entanto, a medida rapidamente se tornou alvo de críticas. O termo “racismo ambiental” tem gerado controvérsia entre analistas e comentaristas que consideram o conceito vago, impreciso e de difícil aplicação prática. Críticos argumentam que, ao invés de focar em soluções estruturais como saneamento básico e acesso à água potável — problemas que afetam milhões de brasileiros —, o governo estaria promovendo uma agenda identitária que divide a população em grupos e prioriza disputas simbólicas em detrimento de ações concretas.
A ministra Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, é uma das principais defensoras da pauta racial no governo. Sua atuação, marcada por políticas voltadas a minorias, tem sido elogiada por militantes progressistas, mas também questionada por setores mais conservadores, que veem em suas ações um viés eleitoral antecipado. Com a aproximação do calendário eleitoral, alguns enxergam na medida um movimento estratégico para fortalecer seu nome junto a grupos de base e movimentos sociais.
A presença de Janja no evento também despertou reações. A primeira-dama tem adotado um papel ativo no governo e frequentemente participa de lançamentos de programas e ações em diversas áreas. No entanto, sua presença constante no cenário político gera desconforto entre parte da população, que vê na atuação da esposa do presidente uma espécie de protagonismo informal e pouco institucionalizado.
Do ponto de vista político, o edital surge em um momento delicado para o governo Lula, que tenta ampliar o diálogo com segmentos conservadores, especialmente o público evangélico. Nos últimos meses, o Palácio do Planalto tem feito esforços para acenar a essa base, com propostas voltadas à família e valores religiosos. A criação de um edital focado em comunidades de terreiro, no entanto, pode ser vista por parte desse eleitorado como um distanciamento das pautas que consideram prioritárias.
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