VÍDEO: BOLSONARO REAGE AO SER QUESTIONADO SOBRE PRISÃO DE ZAMBELLI


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optou por não se aprofundar no assunto que dominou o noticiário político nesta quarta-feira, 30 de julho: a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na Itália. Considerada uma de suas principais aliadas, Zambelli foi detida na última terça-feira, 29, em Roma, depois de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão e de ter deixado o Brasil. O caso movimentou bastidores em Brasília e colocou ainda mais pressão sobre a ala conservadora.

Ao chegar à sede nacional do Partido Liberal, em Brasília, Bolsonaro foi abordado por jornalistas que tentaram ouvir sua opinião sobre a prisão da deputada. O ex-presidente, num primeiro momento, preferiu o silêncio. Em seguida, interrompeu o mutismo com uma única pergunta que soou como recado: “Tem censura no Brasil ou não?”. A frase curta foi interpretada por apoiadores como uma crítica indireta ao Supremo e aos processos judiciais que têm atingido figuras ligadas ao seu campo político.

A situação de Carla Zambelli expôs mais uma vez o clima de tensão entre aliados do bolsonarismo e o Judiciário. A deputada, conhecida por seu discurso combativo e pela defesa incondicional do ex-presidente, deixou o país antes de ser detida em definitivo e buscava refúgio na Europa enquanto sua defesa tentava alternativas para evitar o cumprimento imediato da sentença. Agora, permanece sob custódia na Itália, onde aguarda o andamento do processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro.

A declaração enigmática de Bolsonaro evidencia uma estratégia que já se tornou marca de seu modo de atuação: evitar respostas diretas sobre questões delicadas, mas lançar frases que alimentam a narrativa de que há perseguição política e restrições à liberdade de expressão no país. Ao não responder objetivamente sobre Zambelli, Bolsonaro deixa espaço para que sua base interprete o silêncio como um sinal de alinhamento e solidariedade à parlamentar, ao mesmo tempo em que evita se comprometer juridicamente.

Carla Zambelli sempre figurou entre os nomes mais próximos ao ex-presidente, participando de manifestações, debates públicos e ações de rua em defesa do bolsonarismo. Sua prisão na Europa é vista por parte de seus apoiadores como uma demonstração de que há um cerco judicial cada vez mais apertado sobre lideranças conservadoras. Nas redes sociais, aliados da deputada afirmam que ela estaria sendo alvo de uma punição política por suas críticas a decisões do STF.

Enquanto isso, a defesa de Zambelli tenta, na Justiça italiana, barrar o retorno imediato ao Brasil, sob o argumento de que ela não teria garantias de um julgamento justo e imparcial. Paralelamente, o Itamaraty já encaminhou os documentos necessários para formalizar a extradição, cumprindo acordos de cooperação entre os dois países.

Para analistas, a postura cautelosa de Bolsonaro mostra que ele pretende seguir exercendo influência sobre o cenário político, mas sem se envolver diretamente em todos os episódios polêmicos que atingem seus aliados mais próximos. A pergunta sobre censura, no entanto, deixa claro que o ex-presidente seguirá apostando em discursos que mantêm sua base mobilizada, reforçando a tese de que vozes conservadoras estariam sendo silenciadas.

Com a prisão de Zambelli e o silêncio calculado de Bolsonaro, o episódio se soma a outros momentos que testam os limites da relação entre política, Justiça e liberdade de expressão no Brasil. Resta saber como o desfecho desse caso pode impactar a coesão do grupo bolsonarista e influenciar disputas eleitorais futuras.


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