O antropólogo e escritor Antonio Risério, de 71 anos, fez duras críticas à atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o governo está sem rumo e falhando em apresentar diretrizes consistentes. Para ele, o Planalto demonstra estar perdido em suas prioridades e incapaz de conduzir o país com clareza, o que reforça a percepção de desorganização generalizada.
As críticas de Risério, no entanto, foram além da esfera administrativa. Ele também retomou um antigo e controverso debate envolvendo a maneira como o Brasil classifica sua população do ponto de vista racial. Segundo ele, a decisão de considerar pretos e pardos como integrantes de um mesmo grupo – chamado de “negros” – é um erro que compromete a fidelidade dos dados demográficos do país. Essa forma de agrupamento, segundo Risério, resulta em uma distorção da realidade social brasileira.
A origem dessa política, segundo o antropólogo, remonta ao governo Fernando Henrique Cardoso, que teria desejado assumir o protagonismo nas pautas raciais e, por isso, teria endossado o novo modelo adotado pelo IBGE. Na prática, isso significou fundir diferentes tonalidades e origens étnicas sob uma única identidade, desconsiderando nuances importantes da composição populacional brasileira. Para Risério, o resultado disso foi uma leitura simplificada e ideologicamente motivada da diversidade racial do país.
Esse tipo de crítica atinge diretamente a base sobre a qual são construídas diversas políticas públicas no Brasil. A categorização do IBGE é usada como referência para programas de ação afirmativa, distribuição de verbas e políticas de inclusão. Ao colocar essa definição sob suspeita, Risério propõe uma reavaliação da lógica que orienta decisões estatais há décadas, levantando dúvidas sobre a precisão dos critérios utilizados pelo governo.
Sua visão reflete uma insatisfação crescente entre aqueles que enxergam o debate racial no Brasil como excessivamente ideologizado e baseado em conceitos importados de outros contextos. Para esse grupo, a realidade brasileira é mais complexa e exige uma abordagem que respeite suas particularidades, em vez de aplicar modelos genéricos que não dialogam com a vivência cotidiana da população.
No centro dessa discussão está a sensação de que o país caminha sem uma direção definida, tanto em termos políticos quanto institucionais. O governo Lula, que retornou ao poder prometendo reconstrução e estabilidade, tem encontrado dificuldades para implementar suas propostas e conquistar a confiança de setores mais críticos da sociedade. A análise de Risério funciona como um espelho desse cenário, destacando falhas não apenas na condução do Estado, mas também nos fundamentos das políticas identitárias adotadas até aqui.
Ao trazer essas questões à tona, Risério reacende um debate que continua provocando divergências. Em um momento de incerteza e tensões crescentes, suas declarações reforçam a urgência de repensar tanto as estratégias do governo quanto as formas de representar a diversidade brasileira com mais precisão e menos ideologia.
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