A sessão da CPMI do INSS, realizada em 1º de dezembro, virou palco de uma briga aberta entre o deputado Duarte Jr. (PSB-MA), vice-presidente da comissão, e o ex-coordenador de pagamentos do instituto, Jucimar Fonseca da Silva. A discussão começou depois que o depoente tentou se defender das acusações relacionadas ao esquema de descontos irregulares aplicados em benefícios de aposentados e pensionistas.
Confira detalhes no vídeo:
As apurações internas da comissão indicam que Jucimar assinou uma nota técnica que liberou, de forma coletiva, pedidos de desconto feitos por uma das associações suspeitas de envolvimento no esquema. Essa autorização teria facilitado a inclusão dos abatimentos indevidos em uma grande quantidade de aposentadorias, o que levou seu afastamento por ordem da Justiça em julho deste ano.
Durante o depoimento, Jucimar declarou existir um documento dentro do próprio INSS que, segundo ele, contrariaria o entendimento do Ministério Público. O MP concluiu que o ex-diretor atuou de forma a permitir que os descontos fossem implementados sem respaldo jurídico. Ao fazer essa afirmação, Jucimar tentou sugerir que estava sendo acusado injustamente e que as autoridades ignoraram registros oficiais.
O problema começou quando Duarte Jr. pediu que o ex-coordenador apresentasse imediatamente a tal prova ou, ao menos, explicasse onde e como ela contradizia o MP. Jucimar não respondeu de forma objetiva, fugiu da pergunta e insistiu apenas que o documento estava “nos autos”. Sem paciência, o parlamentar passou a pressioná-lo de forma mais dura.
Diante da falta de clareza, Duarte Jr. exigiu que Jucimar lesse um trecho de um parecer da Procuradoria-Geral Federal que, segundo o deputado, demonstrava o oposto do que ele afirmava. Esse parecer apontava que o INSS não poderia ter firmado o Acordo de Cooperação Técnica com uma das entidades investigadas, reforçando que havia sim alerta jurídico sobre o risco dos descontos solicitados. Para o deputado, isso deixava claro que Jucimar tinha plena ciência das irregularidades.
Ao ser cobrado, Jucimar se exaltou, elevou o tom de voz e repetiu que a documentação existia, acusando Duarte Jr. de distorcer os fatos. O parlamentar retrucou imediatamente, ordenando que o depoente baixasse o tom e lembrando que ele estava diante de uma comissão de investigação. Duarte afirmou ainda que Jucimar mentia ao negar alertas e orientações contrárias dentro do órgão.
A troca de acusações se intensificou. Nesse momento, Duarte Jr. disparou uma das frases mais fortes da audiência, dizendo que o ex-coordenador tinha “a mão suja de corrupção”, responsabilizando-o pelo prejuízo causado a milhares de aposentados no país. A declaração incendiou o ambiente e deixou Jucimar ainda mais agressivo, mas ele foi interrompido pelos membros da comissão.
O tumulto obrigou a mesa diretora a intervir para retomar a ordem. Mesmo com o clima pesado, a CPMI continuou os trabalhos, mas o embate deixou evidente o nível de tensão entre os parlamentares e os investigados. O episódio mostrou o quanto o caso ainda desperta conflitos e como as divergências sobre responsabilidades continuam a gerar confronto direto durante as investigações.
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