Com a posse de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos, a comunidade internacional observa atentamente as possíveis mudanças na geopolítica global. Em uma entrevista exclusiva ao Jornal Jovem Pan, a professora de direito internacional Priscila Caneparo compartilhou suas perspectivas sobre o impacto das promessas do republicano de adotar uma postura mais assertiva nas relações internacionais.
Confira detalhes no vídeo:
Trump tem demonstrado, desde a campanha eleitoral, que pretende implementar políticas que priorizem os interesses americanos. Entre suas propostas estão ações enérgicas para fortalecer a economia interna dos Estados Unidos e restabelecer sua posição de liderança global. Segundo Caneparo, o novo governo deve ser marcado por um endurecimento nas relações comerciais, especialmente com países como a China e a Rússia, que já foram alvos de retórica agressiva por parte do presidente eleito. A expectativa é que o país adote uma postura mais protecionista, com o objetivo de reverter o que Trump considera como desigualdades comerciais e aumentar a produção nacional.
A especialista também destacou a possível reconfiguração das alianças estratégicas dos Estados Unidos, com maior foco em acordos bilaterais, em detrimento de tratados multilaterais que o republicano tem criticado em sua trajetória política. Trump já sinalizou que pretende revisar ou até mesmo abandonar acordos como o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas e o acordo nuclear com o Irã, o que poderia alterar significativamente a dinâmica das relações internacionais.
Em relação à América Latina, Priscila Caneparo sugeriu que o governo Trump provavelmente adotará uma postura mais rígida com relação a regimes autoritários, como o de Nicolás Maduro na Venezuela, e procurará fortalecer sua influência sobre os países que possuem alinhamento ideológico com os Estados Unidos, buscando um estreitamento de laços com governos mais conservadores. A professora observou também que o combate ao narcotráfico e à imigração ilegal provavelmente serão prioridades na agenda de política externa de Trump, algo que poderá afetar a dinâmica de relações com países da América Central e do Sul.
Outro ponto relevante discutido por Caneparo foi a relação com a Europa. A especialista afirmou que, embora Trump tenha demonstrado interesse em uma relação mais pragmática com a União Europeia, questões como a defesa da OTAN e o impacto das políticas comerciais podem gerar tensões. A professora previu que a postura mais confrontadora de Trump em relação ao bloco europeu pode resultar em ajustes nas parcerias econômicas e políticas, levando alguns países da Europa a repensar suas alianças.
A análise de Priscila Caneparo também incluiu a perspectiva de como a política interna dos Estados Unidos, com um Congresso dividido e um cenário político polarizado, pode influenciar a implementação dessas mudanças na geopolítica global. A professora apontou que, embora Trump tenha amplo apoio de parte da população, ele ainda enfrentará resistência significativa de setores da política americana que discordam de sua abordagem mais agressiva e isolacionista.
A entrevista foi enriquecida pela participação dos jornalistas Maria de Carli e Nelson Kobayashi, que ajudaram a explorar diferentes facetas da situação geopolítica e as implicações das escolhas políticas de Trump para o cenário mundial. A expectativa é que o novo governo norte-americano marque um período de grandes transformações no equilíbrio de poder global, com os Estados Unidos assumindo uma postura mais assertiva e nacionalista, enquanto o resto do mundo reage a essas mudanças.
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