A frase "O Brasil é dos brasileiros", que em 2010 foi um importante slogan na campanha presidencial de José Serra (PSDB) contra Dilma Rousseff (PT), voltou à cena em um contexto diferente, gerando reações variadas. Originalmente, o slogan foi utilizado para criticar a atuação do PT, acusando o partido de usar os recursos do governo para perseguir adversários políticos. Agora, ele foi reapropriado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva e passou a estampar bonés distribuídos a aliados do presidente.
O slogan, usado por Serra em seu programa de TV nas eleições de 2010, fazia parte de uma campanha em que se destacava a ideia de que o PT estava tomando o controle do país, e que a verdadeira soberania deveria pertencer ao povo brasileiro, e não ao partido. Durante aquele período, o PT foi acusado de usar a máquina pública para fins eleitorais e de perseguir opositores. Em um dos vídeos mais emblemáticos da época, uma maquete de Brasília foi pintada de vermelho, enquanto a narração criticava o governo petista.
Agora, após mais de uma década, o mesmo slogan foi reativado, mas desta vez por aliados de Lula. A Secretaria de Comunicação da Presidência, sob o comando do publicitário Sidônio Palmeira, sugeriu o uso do lema nos bonés que marcaram a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Os bonés, na cor azul, foram usados por Lula e seus ministros, com o objetivo de provocar a oposição. Este gesto se deu em resposta ao uso de bonés vermelhos por apoiadores da oposição, que os usaram para apoiar a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais de Lula, foi quem comprou os bonés e levou a ideia ao publicitário Sidônio Palmeira. Segundo Padilha, a sugestão do uso do slogan veio de moradores do Parque Arariba, na zona sul de São Paulo, que lhe deram a ideia para usar nos bonés, simbolizando uma aproximação do governo com as bases populares.
Apesar de ser uma tentativa de unir o Brasil em torno de um sentimento de patriotismo, a escolha do slogan gerou reações mistas. Para muitos, o uso da frase trouxe à tona uma polarização política que marcou as últimas eleições. Afinal, o lema foi criado para atacar diretamente o PT e agora, com a sua utilização pelo governo de Lula, soa como uma provocação à oposição. A retomada do slogan por parte do governo atual também reacende velhos embates políticos, acirrando ainda mais as tensões entre os grupos ideológicos.
Por outro lado, os aliados de Lula veem o uso do slogan como uma tentativa de reafirmar a soberania do povo brasileiro, além de buscar uma maior união nacional. Para eles, o slogan não é apenas um símbolo partidário, mas uma maneira de promover um discurso mais inclusivo e representativo.
A reapropriação do lema, portanto, traz à tona uma discussão sobre a memória política e a forma como ela é utilizada na construção das narrativas do presente. O uso de símbolos de campanhas passadas reflete as tensões de uma política ainda muito polarizada no Brasil.
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