O cenário político brasileiro foi palco de mais um embate entre lideranças conservadoras. O pastor Silas Malafaia, figura influente no bolsonarismo, criticou duramente o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) após este se posicionar contra um projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A polêmica expõe divisões internas dentro da direita, especialmente entre setores religiosos e a cúpula política do partido Republicanos.
Confira detalhes no vídeo:
A manifestação de Malafaia aconteceu nesta quarta-feira (19/3), quando o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo usou suas redes sociais para atacar Marcos Pereira. O pastor classificou o dirigente partidário como uma "vergonha" para os evangélicos e cobrou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, abandone o Republicanos. Segundo Malafaia, a rejeição ao projeto de anistia revela interesses políticos que estariam acima dos valores da fé cristã.
O Republicanos é um partido com raízes no eleitorado conservador e forte ligação com a Igreja Universal. Apesar de integrar o Centrão e ocupar um ministério no governo Lula, a sigla abriga nomes influentes do bolsonarismo, como Tarcísio de Freitas, os senadores Hamilton Mourão (RS) e Damares Alves (DF), além do deputado Silas Câmara (AM), ex-presidente da bancada evangélica. A posição de Marcos Pereira contra a anistia, portanto, gerou atritos com essa ala mais alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A anistia debatida no Congresso visa beneficiar pessoas envolvidas nos atos de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes no início de 2023. A proposta tem apoio de setores da oposição, que argumentam que muitos dos detidos são mulheres, idosos e pessoas sem histórico criminal. Por outro lado, críticos do projeto sustentam que a concessão de anistia enfraqueceria o combate a atos antidemocráticos e poderia estimular novos episódios semelhantes no futuro.
O embate entre Malafaia e Pereira ilustra um dilema vivido pelo Republicanos. Enquanto parte de seus filiados mantém laços estreitos com Bolsonaro e defendem pautas mais radicais, a cúpula do partido busca uma postura pragmática, negociando espaço no governo Lula. Essa dualidade tem gerado tensões e pode influenciar decisões futuras de figuras como Tarcísio de Freitas, que, apesar de próximo do bolsonarismo, tem adotado uma postura mais moderada na condução do governo paulista.
A pressão sobre os filiados do Republicanos deve aumentar nos próximos meses, à medida que temas como a anistia e as alianças políticas continuem sendo debatidos. O posicionamento de lideranças como Mourão, Damares e Silas Câmara poderá ser decisivo para o futuro da sigla e sua relação com Bolsonaro. O episódio também reforça o peso da influência evangélica na política brasileira, especialmente no campo conservador, onde lideranças religiosas desempenham um papel estratégico na mobilização do eleitorado.
Diante do cenário de polarização, o Republicanos enfrenta um desafio: manter sua relevância política sem alienar setores que o compõem. A reação de Malafaia é um sinal de que as tensões dentro do partido podem se intensificar, trazendo impactos para as eleições de 2026 e para o próprio equilíbrio de forças dentro da direita brasileira.
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