Durante a manifestação realizada neste domingo (6), na Avenida Paulista, em São Paulo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou do ato pró-anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro de 2023 e chamou atenção ao exibir um batom ao subir no trio elétrico. O gesto, simbólico, fez referência direta a um dos episódios mais marcantes daqueles eventos: o caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, que ficou conhecida por escrever com batom a frase “Perdeu, mané” na escultura “A Justiça”, localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal.
Confira detalhes no vídeo:
O ato foi organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e reuniu milhares de pessoas no centro da capital paulista. A manifestação teve como objetivo principal pedir a anistia para os detidos em decorrência dos atos de vandalismo e invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Com forte presença de apoiadores do ex-presidente, a mobilização foi marcada por críticas ao Supremo Tribunal Federal e à condução dos julgamentos relacionados aos episódios de janeiro de 2023.
A aparição de Michelle Bolsonaro teve destaque na manifestação, tanto por sua presença em si quanto pelo simbolismo do batom, que rapidamente se tornou um gesto compartilhado por outros manifestantes. A ex-primeira-dama subiu ao trio elétrico, levantou o item diante do público e, com isso, reforçou a memória coletiva da militância bolsonarista em torno dos presos que, segundo os manifestantes, foram punidos de maneira excessiva por atos políticos.
A cabeleireira Débora Rodrigues, que inspirou o gesto de Michelle, tornou-se uma figura simbólica para parte da base bolsonarista. Após ser presa por sua participação nos atos de 8 de Janeiro, ela permaneceu dois anos em regime fechado e atualmente cumpre pena em prisão domiciliar, no interior de São Paulo. O uso do batom como símbolo no ato da Paulista representou, para muitos, a tentativa de transformar episódios como o de Débora em ícones de resistência ao que os apoiadores de Bolsonaro consideram injustiças promovidas pelas instituições do Judiciário.
A manifestação na Avenida Paulista teve ampla participação de lideranças conservadoras, com presença de governadores, parlamentares, religiosos e milhares de cidadãos. O evento teve como foco a unificação do discurso em defesa dos presos e a crítica aberta às decisões do Supremo Tribunal Federal, acusado pelos participantes de agir com parcialidade e repressão contra a oposição política.
O gesto de Michelle Bolsonaro reforçou seu papel dentro da base conservadora, especialmente entre as mulheres e os setores evangélicos, com os quais ela mantém forte identificação. O uso de um item comum como o batom, com forte carga simbólica, deu um tom emocional à manifestação e criou um ponto de conexão direta com a militância, que vem buscando novas formas de manter viva a memória dos eventos de 8 de Janeiro.
O ato também funcionou como termômetro político para os movimentos futuros da direita brasileira, com Michelle despontando cada vez mais como uma figura de expressão própria dentro do campo bolsonarista.
VEJA TAMBÉM:
Garanta acesso ao nosso conteúdo clicando aqui, para entrar no grupo do WhatsApp onde você receberá todas as nossas matérias, notícias e artigos em primeira mão (apenas ADMs enviam mensagens).
Clique aqui para ter acesso ao livro escrito por juristas, economistas, jornalistas e profissionais da saúde conservadores que denuncia absurdos vividos no Brasil e no mundo, como tiranias, campanhas anticientíficas, atos de corrupção, ilegalidades por notáveis autoridades, fraudes e muito mais.
Comentários
Postar um comentário
Cadastre seu e-mail na barra "seguir" para que você possa receber nossos artigos em sua caixa de entrada e nos acompanhe nas redes sociais.