MUNDO: GOVERNO RUSSO SURPREENDE E COLOCA CULPA EM LULA SOBRE AFRONTA AOS EUA


A recente declaração feita pelo governo russo sobre a proposta de criação de uma moeda única para o bloco BRICS gerou repercussões imediatas nos bastidores diplomáticos. A afirmação de que a ideia partiu do Brasil foi vista por analistas como uma estratégia do Kremlin para se desvincular de eventuais desgastes, transferindo ao governo brasileiro o ônus político de um tema que divide opiniões entre as potências mundiais. O anúncio russo ocorre em um momento de sensibilidade nas relações entre Brasília e Washington, o que tende a agravar a percepção de alinhamento do Brasil com nações vistas como rivais geopolíticos dos Estados Unidos.

Confira detalhes no vídeo:

A ideia de uma moeda comum dentro do BRICS — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — não é nova, mas ganhou força nos últimos anos com o aumento das tensões comerciais entre o Ocidente e alguns países do bloco. Para a Rússia, submetida a sanções internacionais desde o início do conflito na Ucrânia, alternativas que reduzam a dependência do dólar são vitais. No entanto, ao sinalizar que o Brasil seria o idealizador do projeto, Moscou tenta mostrar que não é o único interessado em alternativas à moeda norte-americana. A manobra expõe o governo brasileiro a críticas e retaliações indiretas, já que Washington acompanha de perto qualquer movimento que desafie a hegemonia do dólar no comércio global.

Internamente, o Palácio do Planalto se vê em uma encruzilhada. Por um lado, há o interesse em fortalecer a posição do Brasil como liderança dentro do bloco, apresentando soluções para aumentar a integração econômica entre os membros. Por outro, cresce o temor de que uma articulação aberta para criação de uma nova moeda possa ser interpretada como provocação aos Estados Unidos, parceiro comercial relevante para o agronegócio, para a indústria e para os investimentos externos diretos no país. Assessores diplomáticos têm monitorado o impacto da fala russa, considerando inclusive possíveis sinalizações para acalmar investidores e aliados ocidentais.

A leitura de bastidores indica que a fala do Kremlin também tem um componente de pressão. Ao empurrar a origem da proposta para o Brasil, a Rússia reforça a expectativa de que o governo brasileiro assuma uma postura mais assertiva na defesa pública do projeto, o que pode gerar constrangimentos. Entre os demais integrantes do BRICS, o assunto é tratado com cautela. A Índia, por exemplo, tradicionalmente adota uma posição de equilíbrio, evitando se comprometer com planos que possam ameaçar suas parcerias estratégicas com países ocidentais. A China, por sua vez, demonstra interesse em reduzir sua exposição ao dólar, mas prefere avançar em negociações bilaterais e acordos regionais antes de adotar uma solução multilateral tão ambiciosa.

No cenário externo, autoridades norte-americanas acompanham de perto o desdobramento dessas declarações. Há o receio de que a proposta ganhe força e sirva como catalisador para iniciativas de desdolarização em outras regiões do mundo. Qualquer avanço nesse sentido tende a ser interpretado como ameaça à influência econômica e política de Washington. Para o Brasil, esse contexto exige habilidade para não comprometer os interesses comerciais com parceiros tradicionais, enquanto busca manter-se relevante em fóruns multilaterais.

Enquanto isso, setores do mercado financeiro demonstram incerteza diante de uma possível moeda comum, avaliando riscos para contratos, taxas de câmbio e acordos existentes. A falta de detalhes sobre como o projeto funcionaria na prática alimenta especulações e aumenta a pressão sobre o governo brasileiro, que agora terá de explicar sua real disposição em levar a ideia adiante.

Diante desse impasse, o Brasil tenta equilibrar sua imagem de liderança regional com a necessidade de preservar boas relações com os Estados Unidos, num cenário internacional cada vez mais marcado por disputas comerciais e interesses estratégicos.

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